Nomenclatura Binomial

 


O sistema binominal de nomenclatura, criado por Carl Linnaeus no século XVIII, é utilizado para atribuir nomes científicos a espécies biológicas. Ele se baseia em dois termos em latim ou latinizados, que são usados para identificar cada espécie de forma única e padronizada. Aqui estão as principais regras que regem esse sistema:

  1. O nome de uma espécie é composto por dois termos:

  • Gênero (primeira palavra) – sempre com a primeira letra maiúscula.
  • Espécie (segunda palavra) – sempre com a primeira letra minúscula, exceto quando for uma homenagem.
  • Exemplo: Homo sapiens (ser humano).

2. Uso de Itálico ou Sublinhado

O nome binomial (gênero + espécie) deve ser escrito em itálico em textos impressos ou sublinhado quando escrito à mão.

  • Exemplo: Panthera leo (leão).

3. Latim ou Grego

Os nomes científicos das espécies devem ser em latim ou, em alguns casos, em grego. Embora as línguas modernas também sejam usadas, o latim e o grego são preferidos por serem línguas "mortas", o que evita alterações no significado ao longo do tempo.

4. Uso do Nome do Autor

Após o nome binomial, é comum incluir o nome do autor que descreveu a espécie pela primeira vez. O nome do autor pode ser abreviado, geralmente no formato sobrenome + ano.

  • Exemplo: Homo sapiens Linnaeus, 1758.

5. Repetição do Gênero

Quando o nome de uma espécie é citado em um contexto mais amplo, o nome do gênero pode ser abreviado. Apenas a primeira letra do nome do gênero é usada.

  • Exemplo: Panthera leoP. leo (leão).

6. Evitar Confusão com Outros Nomes

Nenhuma outra espécie de um mesmo grupo pode ter o mesmo nome binomial. Portanto, nomes duplicados são evitados, e cada espécie tem um nome único.

7. Nomes Geográficos e Descritivos

  • Nomes geográficos: Algumas espécies têm nomes relacionados ao local onde foram encontradas. Por exemplo, Lynx lynx (Lince) ou Panthera leo persica (Leão da Pérsia).
  • Nomes descritivos: Podem se referir a características específicas da espécie, como sua cor ou forma. Exemplo: Bison bison (Bisonte).

8. Subespécies e Variedades

Quando há variação dentro de uma espécie, uma subespécie pode ser adicionada após o nome binomial, separada por um terceiro termo.

  • Exemplo: Panthera leo persica (leão da Pérsia), onde “persica” refere-se à subespécie.

9. Regras de Prioridade

Caso existam nomes diferentes para uma mesma espécie, o primeiro nome válido publicado (segundo as regras de nomenclatura) deve ser o utilizado. Isso é conhecido como prioridade de publicação.

Exemplo Prático:

  • Nome completo: Homo sapiens (espécie)
  • Autor: Linnaeus (descreveu a espécie pela primeira vez em 1758)
  • Abreviação: H. sapiens

10. Nomes de Gêneros e Espécies Não Resolvidas
  • Se uma espécie não pode ser atribuída a um gênero já conhecido, ela pode ser colocada em um gênero provisório, com o sufixo "sp." (abreviação de "species"), ou "sp. nov." se for uma espécie nova não descrita.
  • Exemplo: Panthera sp. (gênero de uma espécie não identificada) ou Tigris sp. nov. (uma nova espécie do gênero Tigre ainda não formalmente descrita).

Exercícios:

1. Segundo a nomenclatura mais aceita, o nome correto da lombriga humana é:

a)   Ascaris Lumbricoides

b)   Ascaris lumbricoides

c)   ascaris lumbricoides

d)   ascaris Lumbricoides

e)   nenhuma das anteriores



2. Todo nome científico de uma espécie é formado por dois termos (nomenclatura binomial). Cada termo possui um significado, e o primeiro indica:

a) o gênero ao qual a espécie pertence.

b) o filo ao qual a espécie pertence.

c) a ordem a qual a espécie pertence.

d) o reino ao qual a espécie pertence.

e) a família a qual a espécie pertence.


3. Quando escrevemos o nome de uma espécie, utilizamos normalmente dois termos: o gênero e o epíteto específico. Algumas vezes, no entanto, observamos a nomenclatura trinomial, como é o caso da ave: Haematopus ostralegus occidentalis. Nesse caso, temos um exemplo de:

a) subgênero.

b) subreino.

c) subfilo.

d) subespécie.

e) subclasse.


4. Aedes aegypti Aedes albopictus são dois mosquitos que estão relacionados com a transmissão da dengue. No Brasil, o principal vetor da doença é o Aedes aegypti. Analisando o nome científico desses mosquitos, podemos concluir que:

a) se trata do mesmo mosquito.

b) Aedes aegypti Aedes albopictus são organismos da mesma espécie.

c) Aedes aegypti Aedes albopictus compartilham o mesmo gênero.

d) Aedes aegypti Aedes albopictus são organismos que pertencem ao mesmo gênero, mas apresentam famílias distintas.

e) Aedes aegypti Aedes albopictus são organismos de reinos diferentes.


5. De acordo com o sistema binomial de nomenclatura estabelecido por Linnaeus, o nome científico Felis catus aplica-se a todos os gatos domésticos, como angorás, siameses, persas, abissínios e malhados. O gato selvagem (Felis silvestris), o lince (Felis lynx) e o puma ou suçuarana. 

a) a que gênero pertencem todos os animais mencionados? 

b) por que todos os gatos domésticos são designados por um mesmo nome científico?


6. (UNICAMP/2ª FASE) Leptodactylus labyrinthicus é um nome aparentemente complicado para um anfíbio que ocorre em brejos do Estado de São Paulo. Justifique o uso do nome científico em vez de, simplesmente, "rã-pimenta", como dizem os pescadores.



7. (UFF/RJ) Identifique a categoria taxonômica a que se refere cada um dos nomes citados, de acordo com as regras de nomenclatura zoológica, e justifique sua resposta. 

a)Rattus 

b)Ascaris lumbricoides 

c)Homo sapiens


8. (Enem/2013 – PPL) Lobos da espécie Canis lycaon, do leste dos Estados Unidos, estão intercruzando com coiotes (Canis latrans). Além disso, indivíduos presentes na borda oeste da área de distribuição de C. lycaon estão se acasalando também com lobos cinzentos (Canis lupus). Todos esses cruzamentos têm gerado descendentes férteis. Scientific American Brasil, Rio de Janeiro, ano II, 2011 (adaptado). Os animais descritos foram classificados como espécies distintas no século XVIII. No entanto, aplicando-se o conceito biológico de espécie, proposto por Ernst Mayr em 1942, e ainda muito usado hoje em dia, esse fato não se confirma, porque 

A) esses animais são morfologicamente muito semelhantes. 

B) o fluxo gênico entre as três populações é mantido. 

C) apresentam nichos ecológicos muito parecidos. 

D) todos têm o mesmo ancestral comum. 

E) pertencem ao mesmo gênero.


9. Durante uma expedição no fundo do mar, você encontra um animal marinho desconhecido. Ele tem cores brilhantes e uma forma que parece um cruzamento entre um polvo e um camaleão. Com base nas suas características, crie um nome científico para essa criatura. O que as duas partes do nome representam e como elas ajudam a descrever o animal?


10. Reescreva os nomes científicos corretamente:

A) apis Mellífera (abelha): 

B) Zhea mays (milho): 


11. (PISM 2-2014) As regras internacionais de nomenclatura foram criadas para permitir uma classificação mundial uniforme das espécies. Sobre essas regras, são feitas as seguintes afirmativas:

I) Todos os nomes científicos devem ser escritos em latim, e, se derivados de outras línguas, devem ser latinizados.

II) O nome das espécies deve ser binominal, com a primeira palavra indicando o gênero e a segunda, o termo específico, ambas escritas com inicial maiúscula.

III) Uma subespécie representa populações geograficamente isoladas da mesma espécie, que podem, no futuro, formar novas espécies. Nesse caso, a sua nomenclatura pode ser trinominal.

IV) O nome das famílias dos animais recebe o sufixo idae, e das plantas, o sufixo aceae.

V) O nome do autor da descrição de uma espécie pode ser escrito tanto por extenso quanto abreviado.

Assinale a opção que contém as afirmativas CORRETAS.

a) I, II e III.

b) II, III e IV.

c) I, II, III e IV.

d) I, III, IV e V.

e) II, III, IV e V.

 



Virgínia Samôr

Bacharel, licenciada e pós graduada em Ciências Biológicas pela UFV e possui Mestrado Profissional em Ensino de Biologia pela UFJF.

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