A epigenética é definida como
modificações do genoma que são herdadas pelas próximas gerações, mas que não
alteram a sequência do DNA. Por muitos anos, considerou-se que os genes eram os
únicos responsáveis por passar as características biológicas de uma geração à
outra. Entretanto, esse conceito tem mudado e hoje os cientistas sabem que
variações não-genéticas (ou epigenéticas) adquiridas durante a vida de um
organismo podem frequentemente serem passadas aos seus descendentes. A herança
epigenética depende de pequenas mudanças químicas no DNA e em proteínas que
envolvem o DNA. Existem evidências científicas mostrando que hábitos da vida e
o ambiente social em que uma pessoa está inserida podem modificar o
funcionamento de seus genes.
O termo “epigenética” tem origem do grego,
onde “epi” significa “acima, perto, a seguir”, e estuda as mudanças nas funções
dos genes, sem alterar as sequências de bases (adenina, guanina, citosina e
timina) da molécula de DNA (ácido desoxirribonucleico). As modificações
epigenéticas podem ser herdadas no momento da divisão celular (mitose) e irão
ter um profundo efeito na biologia do organismo, definindo diferentes fenótipos
(i.e. morfologia, desenvolvimento, comportamento etc).
As
alterações epigenéticas correspondem a uma série de modificações que são
reguladas por mecanismos moleculares no DNA e na cromatina. Em geral, são
maquinarias que envolvem regulação de funções celulares como a estabilidade do
genoma .
Atualmente,
conhecem-se três mecanismos epigenéticos que controlam a expressão dos genes a
nível molecular para a estabilização do genoma, sendo os mesmos, metilação do
DNA e na cromatina, modificação das histonas e RNAs não codificadores ou também
conhecidos como microRNAs.
A herança epigenética traz implicações profundas para o estudo da evolução e reforça os argumentos do naturalista do século XVIII, Jean Baptiste Lamarck que acreditava que a evolução era dirigida em parte pela herança de características adquiridas durante a vida.
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