Genes letais


Denominamos de alelos letais aqueles que determinam a morte de seu portador. Esses genes foram descobertos pelo fato de proporcionarem uma alteração nos valores esperados em cada cruzamento de acordo com as frequências mendelianas.
Os alelos letais podem ser dominantes, agindo até mesmo em doses simples, ou recessivos, expressando-se apenas em homozigose. Vale frisar que os alelos letais dominantes são raramente observados, uma vez que pessoas com esses genes, geralmente, não conseguem reproduzir-se antes de morrer.
Os genes letais foram identificados, em 1905, pelo geneticista francês Lucien Cuénot quando em um experimento observou que a herança relacionada à cor do pelo nos camundongos não obedecia as proporções mendelianas. Ao cruzar camundongos amarelos os descendentes nasciam com pelagem amarela e castanha (aguti).
Por esse motivo, considerou o gene para cor amarela (A) dominante e o gene para cor castanha (a) recessivo, já que pais com pelagem amarela tinham filhos com pelagem castanha. Para que essa explanação se justificasse os camundongos amarelos foram considerados heterozigotos, pois sempre geravam filhos amarelos e filhos castanhos na proporção 2:1, entretanto a proporção esperada, segunda a lei mendeliana, era de 3:1. Assim, é possível dizer que os camundongos com dois genes dominantes (AA) não sobreviviam. Essa hipótese foi confirmada pela presença de ¼ dos embriões mortos no útero dessas fêmeas heterozigotas.


Quando o gene A surge em dose simples (Aa) condiciona a cor amarela da pelagem dos camundongos, mas quando aparece em dose dupla (AA) leva à morte dos animais, considerando-os como genes letais. Para cada cruzamento só irá existir uma combinação letal.

Virgínia Samôr

Bacharel, licenciada e pós graduada em Ciências Biológicas pela UFV e possui Mestrado Profissional em Ensino de Biologia pela UFJF.

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