Resumo sobre Origem da Vida

Criacionismo ou fixismo: Criacionismo é a teoria que considera que todos os seres vivos foram criados a partir de intervenção divina. Várias culturas e religiões seguem esta ideia. E, até pouco tempo atrás, esta era uma ideia também aceita no meio científico.
Até o século XVIII a maior parte dos cientistas acreditava que cada espécie havia surgido na Terra independentemente, sem parentesco entre si e que suas características permaneciam inalteradas ao longo do tempo. A estas ideias, damos o nome de teoria fixista.

Panspermia ou cosmogenia: Hipótese que diz que a vida teve origem em outro planeta e foi trazida para o planeta Terra carregada por meteoros que trazia formas de vida bastante simples. Atualmente esta é uma teoria desacreditada, principalmente pelo fato de que ela transfere o “problema” da origem da vida para outro planeta.

Abiogênese ou geração espontânea: É a hipótese que afirma que os seres vivos podem surgir da matéria sem vida. Dizia-se que algumas substâncias possuíam “força vital” capaz de produzir seres vivos. Esta hipótese foi inúmeras vezes testada e supostamente corroborada pelo surgimento “inexplicável” de moscas sobre a carne, ratos em trapos sujos, decomposição de matéria orgânica etc.

Biogênese: A teoria de que uma vida surge somente a partir de outra da mesma espécie ficou conhecida como teoria da biogênese.

O mais clássico experimento que tentava explicar a abiogênese era o surgimento de ratos a partir de roupas sujas. Colocavam-se roupas sujas acompanhadas de grãos de trigo em determinado local e, após alguns dias, nasciam ratos. Para nós é claro que os ratos eram atraídos pelo odor das roupas sujas e pelo alimento, porém a ideia da abiogênese perdurou por diversos anos.
Francesco Redi (1626-1697) foi o primeiro a colocar em xeque a teoria. Segundo ele, seria impossível um ser vivo nascer de matéria bruta. Mas como ele poderia provar que a teoria aceita por diversos anos estava errada?
Redi criou um experimento para tentar acabar de vez com essa ideia errônea. Sua experiência consistia em colocar carne em diversos vidros de boca larga, deixando alguns fechados com gaze e outros abertos. O resultado foi que nos vidros abertos, onde moscas podiam pousar livremente, surgiram larvas. Já o vidro fechado não apresentou nenhuma larva. Redi concluiu, então, que as larvas eram algum estágio da vida das moscas e que elas não surgiam dos pedaços de carne. A teoria da abiogênese ficou, então, abalada e surgiu a teoria da biogênese.
Louis Pasteur, por volta de 1860, realizou alguns experimentos para acabar com qualquer dúvida que restasse acerca dessa questão. Ele colocou caldos nutritivos no interior de frascos de vidro, depois aqueceu e curvou os gargalos. Essa curvatura impedia a entrada de poeira e outras partículas presentes no ar, mas ainda mantinha o caldo em contato com ele. Depois ele ferveu o caldo para que todos os micro-organismos presentes morressem, deixando o líquido então livre de qualquer forma de vida.
O resultado foi que em nenhum frasco apareceu micro-organismos. Pasteur concluiu, então, que os micro-organismos ficavam presos no gargalo torcido e, por isso, o caldo não apresentava nenhum desses seres. Para comprovar de vez sua hipótese, ele quebrou os gargalos de alguns frascos. Após alguns dias, os frascos que tiveram seus gargalos retirados apresentaram micro-organismos, enquanto os outros não. Pasteur provou definitivamente que a teoria da abiogênese estava incorreta e que a vida poderia surgir apenas a partir de outra vida preexistente. Entretanto, ao fazer essa afirmação, outra dúvida surgiu: Como surgiu a primeira forma viva?
Dados obtidos a partir de diversos campos da ciência permitiram em 1936 que o russo Alexander Oparin formula-se uma teoria revolucionária, que tentava explicar a origem da Vida na Terra, sem recorrer a fenômenos sobrenaturais ou extraterrestres. Sua hipótese se resume nos seguintes fatos:
  • a atmosfera primitiva do nosso planeta, existiriam metano, amônia, hidrogênio e vapor de água. Sob altas temperaturas, em presença de centelhas elétricas e raios ultravioletas, tais gases teriam se combinado, originando aminoácidos, que ficavam flutuando na atmosfera. Com a saturação de umidade da atmosfera, começaram a ocorrer as chuvas. Os aminoácidos eram arrastados para o solo.Submetidos a aquecimento prolongado, os aminoácidos combinavam-se uns com os outros, formando proteínas.
  • As chuvas lavavam as rochas e conduziam as proteínas para os mares. Surgia uma "sopa de proteínas" nas águas mornas dos mares primitivos. As proteínas dissolvidas em água formavam colóides. Os colóides se interpenetravam e originavam os coacervados. Os coacervados englobavam moléculas de nucleoproteínas. Depois, organizavam-se em gotículas delimitadas por membrana lipoprotéica. Surgiam as primeiras células. Essas células pioneiras eram muito simples e ainda não dispunham de um equipamento enzimático capaz de realizar a fotossíntese. Eram, portanto, heterótrofas. Só mais tarde, surgiram as células autótrofas, mais evoluídas. E isso permitiu o aparecimento dos seres de respiração aeróbia.
  • Atualmente, se discute a composição química da atmosfera primitiva do nosso planeta, preferindo alguns admitir que, em vez de metano, amônia, hidrogênio e vapor de água, existissem monóxido de carbono, dióxido de carbono, nitrogênio molecular e vapor de água.
Oparin não teve condições de provar sua hipótese. Mas, em 1953, Stanley Miller, na Universidade de Chicago, realizou em laboratório uma experiência. Colocou num balão de vidro: metano, amônia, hidrogênio e vapor de água. Submeteu-os a aquecimento prolongado. Uma centelha elétrica de alta tensão cortava continuamente o ambiente onde estavam contidos os gases. Ao fim de certo tempo, Miller comprovou o aparecimento de moléculas de aminoácido no interior do balão, que se acumulavam no tubo em U.
Pouco tempo depois, em 1957, Sidney Fox submeteu uma mistura de aminoácidos secos a aquecimento prolongado e demonstrou que eles reagiam entre si, formando cadeias peptídicas, com o aparecimento de moléculas protéicas pequenas.



Virgínia Samôr

Bacharel, licenciada e pós graduada em Ciências Biológicas pela UFV e possui Mestrado Profissional em Ensino de Biologia pela UFJF.

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